sábado, 18 de outubro de 2014

Inveja

O orgulho faz com que olhemos as pessoas, de cima para baixo. A inveja nos faz olhar as pessoas, de baixo para cima. Olhamos aquelas pessoas, que são o que gostaríamos de ser, que tem o que gostaríamos de ter, que conquistaram o que gostaríamos de conquistar, que tem a aparência que gostaríamos de aparentar, que aos nossos olhos são melhores do que nós, são mais bem sucedidas do que nós, que apontam para nós uma falta e, então, desejamos não apenas ter o que essas pessoas tem, ser o que essas pessoas são, mas desejamos mais do que isso! Nós desejamos que elas não tenham o que tem e não sejam o que são. Porque se nós apenas olhássemos as pessoas, que consideramos acima de nós e desejássemos chegar lá, essas pessoas poderiam ser para nós fonte legítima de inspiração, e poderiam suscitar em nós, uma ambição porque a ambição é legítima! Desejar ser mais, desejar ter mais, desejar mais é legítimo! E assim diferencio a ambição da ganância: a ambição é desejar mais, a ganância é desejar mais exclusivamente para si mesmo. Por exemplo: eu gostaria de ser mais parecido com Jesus Cristo. Quem é que criticaria essa ambição? Eu quero ser mais generoso. Eu quero saber mais. Eu quero ter mais discernimento. Eu quero ter mais conhecimento. Eu quero ter mais experiências na vida. Eu quero ter mais prosperidade. É legítimo!
A inveja se instala quando eu vejo o outro e me pergunto: Se ele tem por que é que eu não posso ter? Se ele conquistou por que é que eu não posso conquistar? Por que ele e não eu? E, então, eu me esforço, mas chego a conclusão de que nunca serei o que ele é. Eu nunca terei o que ele tem. Conviver com essa diferença me oprime. Então, tenho que dar um jeito com essa diferença. E já que não consigo acabar com a diferença chegando lá, o jeito é acabar com a diferença trazendo esse alguém para cá.
A inveja é o pecado da proximidade. A inveja é o pecado entre os pares ou mais presente entre os pares. Mães invejam mães. Olham para o filho da outra e olham para o seu filho, e comparam. Profissionais invejam profissionais. Artistas invejam artistas. Porque a inveja nos pega não nos nossos pontos fracos, ela nos pega nos nossos pontos fortes! Eu não invejo um nadador campeão olímpico, mas eu morro de inveja de um bom cantor e de um bom instrumentista.
A Bíblia Sagrada relata várias histórias de inveja: Caim e Abel, os irmãos de José, Saul e Davi, etc. A inveja é um pecado porque é um ato amoral de acordo com o padrão, pois o padrão cristão é o amor. O amor é a nossa virtude, se é que podemos chamar o amor de uma virtude, que nos assemelha a Deus porque Deus é amor. Desejar o mal do outro é um ato de desamor. Desejar o fracasso do outro é um ato de desamor. Desejar a desgraça do outro é um ato de desamor e, portanto, a inveja nos desassemelha de Deus. Afasta-nos do coração de Deus e nos afasta do outro que é invejado por nós.
Eu penso que a inveja nos faz viver sempre o lado errado da vida. Faz a gente ficar sofrendo uma falta ao invés de alegrarmo-nos e termos prazer naquilo que já possuímos. Eu tenho algo, e ao invés de desfrutar o que tenho, fico me consumindo, admirando no outro o que ele tem que eu não tenho. Eu vivo na falta e não no desfrutar e no prazer. Eu vivo do lado errado porque eu fico desejando ser a outra pessoa em detrimento de ser eu mesmo! Ao invés de eu despender esforços para crescer, eu despendo os meus esforços na direção de destruir o outro e nivelo todo mundo por baixo, ao invés de me inspirar e ser fonte de inspiração para o crescimento de outros. Eu vivo o lado errado da vida.
A inveja nos impede de apreciar o que é digno de ser apreciado, quando isso que é digno de ser apreciado não é nosso, não está em nós, não foi feito por nós. Conhece o ditado? : “Quem desdenha quer comprar” Então, nós colocamos logo um defeito. Daqui a pouco eu perco a capacidade de enxergar o belo, o bom, o digno, eu só enxergo o lado ruim das coisas e das pessoas porque eu sou incapaz de admirar, eu vou me tornando aos poucos num especialista em depreciar.
A inveja rouba o mistério da vida. As pessoas são o que são e tem o que tem. Isso é um mistério! Elas têm ou deixam de ter e eu sei lá o porquê! E nós achamos que as pessoas são o que são e tem o que tem, e que existe uma explicação e que, se eu descobrir essa explicação eu vou ser igual ao outro e terei o que ele tem. É uma grande besteira pegar um milionário e ensinar a você como ficar rico. Não é possível isso! O sujeito que é milionário é um bem aventurado! E se ele acha que ele soube ficar milionário, e você não soube, ele é um estúpido! Se você perguntar a um milionário como ele ficou rico, ele provavelmente vai dizer: “Ah, você não me conheceu quando eu não era rico. Dei duro, trabalhei de sol a sol, batalhei muito”. Como se essa fosse a explicação para a riqueza. Como se o Brasil não tivesse milhões de pessoas que dão duro de sol a sol, batalham muito! Não são burras! São inteligentes, são dedicadas, são honestas, são íntegras (talvez por isso não ficaram ricas), batalharam e nunca ficaram ricas. Porque ser rico ou não ser rico, não é uma questão de ter descoberto o segredo, é um mistério. O rico sábio é aquele que diz o seguinte: “no mistério da vida, eu fui contemplado com recursos, e serei cobrado por Deus pelos recursos que estão em minhas mãos”.
A inveja é um caminho de autodestruição. Porque eu prefiro sofrer a ver você feliz. Nunca ouviu uma pessoa dizendo? : “Eu vou infernizar a sua vida”. Prefere viver no inferno, arrastar o outro para o inferno a deixar o outro ser feliz. Isso me faz lembrar a história do Ganancioso e do Invejoso que encontraram o Rei. E o Rei disse: “Faça-me um pedido, o que um me pedir eu darei em dobro ao outro”. O Invejoso falou: “Ah, eu não vou pedir primeiro porque se eu pedir primeiro, o Ganancioso vai ter em dobro o que eu pedi e eu vou ficar com inveja dele”. O Ganancioso falou: “Ah, eu não vou pedir primeiro porque se eu pedir primeiro, o Invejoso vai ter em dobro o que eu pedi e eu vou querer o dele também”. E ficou um “jogo de empurra”, quem pede primeiro ao Rei. Até que o Invejoso falou: “Eu quero que o senhor me fure um olho”. Tem gente que é assim. Tem gente que prefere ter um olho furado desde que o outro tenha os dois olhos furados. O invejoso quer que todo mundo tenha menos porque ele não admite conviver com quem tem mais.
A inveja nos leva a confundir o que é sucesso. Especialmente em nossa sociedade que estampa e joga na nossa cara um ideal de sucesso, nessa indústria que fomenta o consumo. O sucesso é medido pela média da sociedade que consome. O que nós não nos damos conta, é que essa sociedade de consumo que estampa em suas revistas e suas propagandas imagens de sucesso, é uma sociedade patética, que definiu o sucesso de uma maneira falsa, ilusória. E a gente se encanta com esse aparente sucesso e já não consegue mais saber o que é de fato ser um sucesso.
A inveja nos coloca sob a sombra negativa da vida. Friedrich Nietzsche disse: “Quando alguém não consegue realizar o que deseja, exclama com raiva: “Que o mundo todo morra”, essa emoção repulsiva é o apogeu da inveja”.  Cuja implicação é essa: “Se eu não posso ter algo, ninguém pode ter”. Exemplo: Se eu não vou ao piquenique sábado, então que chova.
A inveja dá origem a outros pecados como o ódio. Eu passo a odiar o outro. Desejar que ele não exista. Ao homicídio: não necessariamente tirar a vida de outrem, mas assassinar através das palavras. Eu mato caluniando, difamando, desmerecendo, diminuindo, depreciando, eu mato com a boca. O invejoso acaba acreditando que os fins justificam os meios. E ele quer tanto chegar lá, que ele se mete em muita encrenca pra chegar lá. E ele acaba trilhando, inclusive, o caminho ilícito pra chegar lá. E não só um caminho, mas vários!
Finalizando, a inveja tem um filho. É aquela alegria sutil na desgraça alheia. Exemplo: Fulano bateu com o carro. “Ah, que pena! Novinho! Comprou essa semana!”. (risos internamente)
E qual é a resposta cristã para a inveja? O antídoto para a inveja é a gratidão. “Dêem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus”. (1 Tessalonicenses 5:18)
Eu creio que o oposto de um coração invejoso é um coração agradecido. Porque a gratidão celebra o mistério, a dádiva. A gratidão está acima desse jogo doentio de mérito e demérito, de justiça retributiva. A gratidão é própria do constrangido, que quando diz: “Não precisava”, está dizendo a verdade. Porque tem aquele “Não precisava”, que é falso! Quando a pessoa ganha um presente e diz: “Ah, não precisava”, mas no fundo ela pensou: “só isso?”. Se eu compreendo que mereci, então não é dádiva! É transação. Eu sou grato quando eu tenho uma profunda consciência de que não mereço. Eu sou grato quando eu tenho uma profunda consciência de que sou agraciado. E que aquilo que tenho, não tem uma explicação se não a bondade de quem me deu.
A única explicação para que eu tenho o que tenho, é que Deus é bom e quis me dar. A única explicação para que eu tenho o que tenho, é que você foi generoso para comigo e a sua generosidade explica o que você fez por mim. E a única coisa que posso fazer é dizer: “Obrigado, sou grato”. A gratidão faz com que prestemos atenção na fonte da dádiva e toda boa dádiva vêm de Deus. (Tiago 1:17)
Por isso Jesus diz que, quem quer dar algo para o outro, que dê no anonimato, que não saiba a mão esquerda o que faz a direita. (Mateus 6:3) Porque quando aquele, que é abençoado e não sabe a quem agradecer, agradece a Deus. Jesus ensina a forma correta de doar e de agradecer.
E sabe por que não temos gratidão no coração? Porque não sabemos o que temos. A gente não presta atenção no que tem porque estamos ocupados com o que não temos. Ao invés de termos um coração grato pelo que temos, nós temos um coração invejoso pelo o que não temos.
Penso que o coração grato é o oposto do coração invejoso, e isso é libertador! Quando eu celebro quem eu sou, o que tenho, o que posso, o que faço, o que sei, sou grato por tudo! E esta é a vontade de Deus para nós em Cristo Jesus, a gratidão.


(esse texto foi pinçado de um sermão feito pelo teólogo Ed René Kivitz)

sábado, 27 de setembro de 2014

Orgulho de quê e pra quê?


O que é o orgulho? C.S. Lewis (teólogo) vai dizer que: “É o mais completo estado de alma anti-Deus”.
O orgulho é próprio daquele que diz: “eu sou o máximo”. Talvez você não se considere o máximo, ok. Você se considera melhor? Você se considera acima? Você se considera mais? Toda vez em que você se considera bom, boa, virtuoso (a), melhor e mais, tenha a certeza de que não é o Espírito de Deus quem está atuando em você. Não precisa que você se considere o primeiro, basta que, você se considere o penúltimo. Não precisa que, exista alguém acima de você, basta que, exista alguém abaixo.
Por essa razão, o orgulho é considerado um pecado capital. E por que é pecado? Porque pecado faz mal. Se não fizesse mal, não seria pecado. Tenha certeza que, Deus não colocaria um rótulo de veneno em algo que não fosse veneno. Deus não é um “estraga prazeres”. Ele, só chama de pecado o que faz mal.
Por que o orgulho faz mal? Primeiro porque o orgulho é sempre competidor. O orgulho afasta e separa as pessoas. Não é possível ser orgulhoso e ter comunhão. Não é possível ser orgulhoso e ter amizade. Não é possível ter orgulho e ser casado. O casamento acaba ou se degenera e transforma-se num inferno crônico quando uma das partes é um ego absoluto, cujo “eu” deve ser agradado e jamais contrariado. Nesse caso, a roda de comunhão se desfaz, a amizade não se sustenta e o casamento se degenera.
O orgulho é o desejo de estar sempre acima do outro. E nesse sentido o orgulho é um pecado solitário. Porque eu tenho que estar acima do outro e o outro não pode estar no mesmo degrau que eu. No primeiro degrau, eu só posso estar sozinho. O orgulhoso é sempre um solitário. Para todos os outros pecados você pode arrumar companhia, menos para o orgulho. Você pode encontrar alguém pra “encher a cara” com você e vai ser uma festa! Pode encontrar várias pessoas pra beber pra esquecer ou beber pra comemorar. Você pode encontrar parceiros para roubar, para usurpar direitos, pra qualquer outro pecado menos para o pecado de orgulho. Você não vai convidar alguém para brincar de “vamos ser melhor que outro?”.
“Certa professora perguntou ao Joãozinho: - Joãozinho, o que é uma pessoa egoísta? Ele: - É uma pessoa que nunca pensa em mim”. O que é um marido egoísta? É aquele que nunca pensa em mim. O que é um amigo egoísta? É aquele que nunca pensa em mim. O orgulhoso é autorreferente sempre! O orgulhoso é um solitário, não sabe o que é comunhão, só sabe o que é competição porque o orgulhoso vive para ser agradado, ser satisfeito, não pode ser contrariado porque o ego dele é absoluto! Mais do que isso, ele sabe mais do que nós! Ele pode mais do que nós! Não há nada para ensiná-lo porque ele sabe tudo!
Você fica muito contrariado (a) quando recebe uma crítica? Cuidado, o orgulho está rondando.
O orgulho, portanto, nos afasta uns dos outros e nos afasta principalmente de Deus. Tiago vai dizer: "Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes" (Tiago 4:6).
Quem vive olhando para baixo, não consegue enxergar o que está acima. Então, o orgulhoso não enxerga a Deus. O orgulhoso não percebe Deus até porque ele pensa que não precisa de Deus.
Não é possível vivermos sem experimentarmos a contrariedade dos nossos desejos e das nossas vontades. Não é possível vivermos sem convivermos com desejos não satisfeitos, vontades não realizadas, sonhos desmoronados. Egos absolutos, que não sabem viver na contrariedade, viverão sempre angustiados e frustrados. Eu, não duvido que haja muita esposa frustrada, muito pai frustrado, muito filho frustrado... “Meu filho não é tudo aquilo que eu gostaria que ele fosse”. Mas quem disse que, ele deveria ser TUDO aquilo que, VOCÊ gostaria que ele fosse? “A vida não é tudo aquilo que, eu gostaria que ela fosse”. Quem disse que, a vida deveria ser TUDO aquilo que, VOCÊ gostaria que ela fosse? “Meu marido não me satisfaz plenamente”. Mas quem disse que, um ser humano é capaz de satisfazer o outro ser humano plenamente? Você quer encontrar no finito a satisfação eterna? Você não vai encontrar! Conviva com faltas! Você não é um ego absoluto! Você é só um ser humano.
O orgulho também dá origem a outros pecados, como por exemplo, a vaidade, que é o pecado de mostrar-se sempre: belo (a), atraente, desejável e admirado (a). A vaidade é o desejo de ser impecável aos olhos dos outros. Dica: é impossível! Você vai colocar um “botox” no seu “pé de galinha”, o pessoal vai perceber o seu nariz. Vai consertar o seu nariz, vão reparar na sua boca. Vai consertar a boca, vão reparar no seu cabelo. Vai consertar o seu cabelo, vão reparar no seu estado de humor. Vai consertar o seu estado de humor com “remedinho”, vão ver a sua vaidade. Aí, você vai acabar passando por ridículo (a) porque o vaidoso (a) acaba passando por ridículo de tanto querer consertar-se, estraga-se.
A vaidade nos conduz à hipocrisia. Porque se eu preciso ser sempre belo (a), sempre atraente, sempre desejável, sempre perfeito (a) e eu sei que não sou. O que eu faço? Uso máscaras! Mantenho as aparências. E vivo aquilo que é o ditado popular, que parafraseia Cristo: “por fora bela viola, por dentro pão bolorento”. Ou como disse Jesus: Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície”. (Mateus 23:27)
E por fim, o orgulho gera outro pecado, que para mim é o filho do orgulho, que é o perfeccionismo. Querer ser perfeito. Querer ser Deus! Só o fato de imaginar que você poderia, já é grotesco! Portanto, como nós respondemos à isso? Cristo não se colocou à frente de nós como um Deus a ser servido, mas como um Deus que, lavava os nossos pés. (ver João 13:5)
Paulo, na sua carta aos Filipenses diz: Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo tornando-se semelhante aos homens”. (Filipenses 2:5-7)
O mesmo Paulo, na sua carta aos Romanos disse: Cada um de nós deve agradar ao seu próximo para o bem dele, a fim de edificá-lo. Pois também Cristo não agradou a si próprio”. (Romanos 15:2-3)
Sabe que, as brigas entre casais deveriam ser: “deixe, que eu faço”. “Não, não, deixe que eu faço”. “Não, eu faço questão, deixe-me fazer”. Mas as brigas geralmente são assim: “agora é a sua vez, ontem eu fiz”. “De novo eu, sempre eu?”.
Cristo não agradou a si mesmo. “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros”. (Filipenses 2:3-4)
Bem, a resposta para o orgulho é a humildade. A humildade em seu sentido extremo: colocarmo-nos abaixo de Deus e colocarmo-nos abaixo do nosso próximo. Esse é o caminho da legítima humanidade.

(esse texto foi pinçado de um sermão feito pelo teólogo Ed René Kivitz)

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Porque eu odeio Religião (e gente religiosa)

A Religião diz assim: "Se eu obedecer, Deus vai me amar". Alguns de vocês já ouviram isso?
"Se você parar de beber, de transar por aí, se você parar de fazer isso e aquilo, e começar a fazer ESSAS outras coisas, daí Deus vai te amar".
A Redenção diz: "Deus ama você, SIM". Deus amou você na vida, morte, sepultamento e ressureição de Cristo. Deus demonstra seu amor por nós nisso: "enquanto ainda éramos pecadores, ainda totalmente esculachados, Cristo morreu por nós". (Romanos 5:58)
A Redenção do Evangelho diz: "Deus ama você". E porque Deus ama você, você pode amar a Deus e obedecê-lo. Porque Ele vai mudar o seu coração, sua mente e a sua maneira de viver.
O falso Evangelho da Religião é tão sutil, tão nojento! É como olhar para um filho de 3 anos, e dizer:
"Querido, aqui está uma lista de coisas. Se você as fizer, eu vou ser teu papai e vou te amar. E, se você não as fizer, não vou te amar, nem ser teu papai". É um Evangelho falso, o mais nojento do mundo!
Deus é Pai, que olha para seus filhos e diz: "Eu te amo, então, me ame e me obedeça".
Eu sou teu pai, minhas recomendações são boas, estou aqui para proteger e defender você.
Segundo, a Religião diz que: "O mundo tem dois tipos de gente”. Gente boa, e gente má. Como reconhecer as pessoas boas? “Elas são iguais a mim, é claro!”. E as más? “Elas não são como eu". É o que a Religião ensina: gente boa e gente má.
A Redenção ensina que: "existem dois tipos de gente: gente arrependida e gente não-arrependida porque TODAS as pessoas são más! "Pois TODOS pecaram e perderam a glória de Deus" (Romanos 3:23).
Deus não olha e vê gente boa ou má, Ele vê gente má e o Senhor Jesus Cristo, é isso! Gente religiosa não entende! Afastam-se e dizem: "essas pessoas são ruins". E os religiosos são os que mataram Cristo! Isso é uma dica para você. Eles não estão no time certo!
Jesus vai até aos esculachados, aos pervertidos, aos devassos, às prostituas, aos alcoólatras, aos ladrões e diz: "vocês são pecadores!". E eles dizem: "totalmente! Pode nos ajudar?".
Cristo disse a mesma coisa aos religiosos e eles: "Não estamos certos em dizer que você é samaritano e está endemoninhado?" (João 8:48)
"Você é um malfeitor, nós somos os caras bons, eles são os caras maus e você anda com eles? Você não é um cara bom, não é como nós, você quebrou as nossas regras, vamos matar você!". Isso é a Religião! Ela diz que tem gente boa e má.
A Redenção diz que tem: gente má arrependida e gente má que não se arrepende.
Para religioso importa o seu nascimento: "Você nasceu em família cristã? Foi à escola cristã? Você foi, você foi?... Você fez uma faculdade cristã? Você ganhou um concurso bíblico? Conhece todos os hinos cristãos? Cantou "deixe a luz brilhar" na infância?”.
Nascer numa família cristã, ter os pais que amam a Deus, não é problema se você ama a Deus. Se não, é só um atalho para o inferno, não tem vantagem nenhuma! Porque para a Religião importa o seu nascimento, mas para a Redenção importa o seu NOVO nascimento. (João 3) Redenção se trata é disso!
Um cara vem pra Jesus e diz: "O que eu faço?". Jesus: "você é fisicamente vivo, mas espiritualmente morto. Você precisa nascer de novo ESPIRITUALMENTE”.
Deus precisa ser teu pai, a igreja precisa ser sua família, homens e mulheres que amam a Deus, você precisa de uma nova vida, um recomeço, você precisa nascer de novo.
A questão é: você nasceu de novo? Você pode dizer: "vim de uma família cristã". Para os religiosos isso importa muito! A Religião diz que: “tudo se trata do que você FAZ! Então, faça isso, faça isso... não faça isso, não faça isso...”. O problema é usar regras que NÃO estão na Bíblia, inventadas na hora! Então o que está na Bíblia? Eles dizem: "Ah, não preciso olhar". Não está lá!
Eu amo a Bíblia, amo tudo nela, eu acredito em tudo na Bíblia e acho que só porque você tem uma, não significa que pode continuar escrevendo! E religiosos amam fazer longas listas de regras e dizem: "é o que você faz ou não".
A Redenção diz: "não é o que você faz, não é o que você não faz, mas é o que Jesus Cristo já fez”. É disso que tudo se trata! Jesus vai à cruz e diz: "está terminado". Jesus é Deus. (João 10:3) Ele viveu uma vida que jamais poderíamos viver e morreu a morte que deveríamos morrer. E, na cruz, Ele diz: "Está consumado. Está tudo feito. Não há nada a fazer pela Redenção. Eu já fiz tudo. Creiam em mim". Jesus morreu, Ele fez tudo! Ele ama você!
Finalizando, a Religião nunca leva à alegria ou à humildade porque ela faz uma longa lista de regras que não estão na Bíblia. Se você as obedece, se torna um canalha, santarrão, arrogante. Você se acha melhor que todo mundo. E, se você for honesto, vai ver que nem joga pelas próprias regras, é um hipócrita completo e fica totalmente deprimido!
Quantos já viveram essa vida? "Não sou bom o suficiente, não consigo, eu me esforço, não sou perfeito, talvez eu não seja eleito ou Deus não me ame, não há esperança, eu tento a Religião e simplesmente não consigo". Ou: "Eu não bebo, não fumo, não pratico sexo fora do casamento, sou uma pessoa de Deus".
Não! Você é cheio de orgulho! A auto estima é maligna. O orgulho não é uma virtude, é um vício! Deus não quer que sejamos orgulhosos, nem deprimidos e desesperados. Ele quer que tenhamos uma alegria humilde.
A Religião só leva a: ORGULHO: "eu fiz" - DESESPERO: "não consigo", mas nunca leva à Deus! Nunca leva à humildade: "sou um pecador, eu não salvei a mim mesmo, eu não redimi a mim mesmo, não sou o herói da minha vida”.
Jesus Cristo é o meu herói, é o meu Redentor! Deus me ama, me abençoa, Ele tem boas coisas para mim. Se eu caminhar com Ele, em uma época difícil ou abençoada, Deus me dará a sua alegria.

(esse texto foi pinçado de um sermão feito pelo teólogo Mark Driscoll)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A parábola da bola.

"Os dez homens importantes sentados ao redor da bola discutiam acaloradamente:
- A bola é grená, disse um.
- Claro que não, a bola é bordô, retrucou outro em tom raivoso.
Todos estavam fascinados pela beleza da bola e tentavam discernir a cor da bola. Cada um apresentava seu argumento tentando convencer os demais, acreditando que sabia qual era a cor da bola. A bola, no centro da sala, calada sob um raio de sol que entrava pela janela, enchia a sala de uma luminosidade agradável que deixava o ambiente ainda mais aconchegante, exceto para aqueles dez homens importantes, que se ocupavam em defender seus pontos de vista.
- Você é cego?, ecoou pela sala gerando um silêncio que parecia ter sido combinado entre outros nove homens importantes. Era até engraçado de observar a discussão - na verdade era trágico, mas parecia cômico. Todos os dez homens importantes usavam óculos escuros, cada um com uma lente diferente. Talvez por causa dos óculos pesados que usavam, um deles gritou "você é cego?", pois pareciam mesmo cegos.
Depois do susto, a discussão recomeçou. O sujeito que acreditava que a bola era cor de vinho, debatia com o que enxergava a bola alaranjada, mas um não ouvia o que o outro dizia, pois cada um usava o tempo em que o outro estava falando para pensar em novos argumentos para justificar sua verdade.
Aos poucos, a discussão deixou de ser a respeito da cor da bola, e passou a ser uma troca de opiniões e afirmações contundentes a respeito das supostas cores da bola. A partir de um determinado momento que ninguém saberia dizer ao certo quando, os dez homens tiraram os olhos da bola e passaram a refutar uns aos outros. Em vez de sugestões do tipo: - A bola é vermelha, todos se precipitavam em listar razões porque a bola não era grená, nem cor de vinho, nem mesmo alaranjada.
De repente, alguém gritou: - Ei pessoal, onde está a bola? Todos pararam de falar - estavam todos falando ao mesmo tempo, e foi então que perceberam um alarido parecido com aquelas gargalhadas gostosas que as crianças dão quando sentem cócegas. Correram para a janela e viram uma criançada brincando com a bola, que parecia feliz sendo jogada de mão em mão. Ficaram enfurecidos com tamanho desrespeito com a bola. Ficaram também muito contrariados com a bola, que parecia tão feliz, mas não tiveram coragem de admitir, afinal, a bola, era a bola.
Lá fora, sem dar a mínima para os dez homens importantes, estavam as crianças brincando e se divertindo a valer com a bola que os dez homens importantes pensavam que era deles. E nenhuma das crianças sabia qual era a cor da bola".

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Você estava lá?

"Levaram o meu Cristo à cruz e, todo mundo estava lá! O Centurião estava lá! A mulher com o fluxo de sangue estava lá! O cego de Jericó estava lá! O menino que deu seus pães e peixes estava lá! Zaqueu estava lá! Anás, Caifás, Pilatos, eles estavam lá. 
Você estava lá?
Eu estava lá porque no pecado, na indiferença de cada um deles, eu estava lá. Porque é também minha mão que batia no cravo, era também minha a mão que colocava aquela coroa de espinhos.
Quando Pedro negou, eu também estava lá porque eu também nego e já neguei.
Quando Judas traiu, eu também estava lá porque eu sei o que é trair.
Quando os outros fugiram e se encolheram amedrontados, eu também estava lá porque eu sei o que é se acovardar.
Na fraqueza de cada um deles, no pecado de cada um deles, eu também estava lá.
Você estava lá?".

(esse texto foi pinçado de um sermão feito pelo teólogo Peter Marshall)

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

"A desilusão de Deus" (The God Delusion)

"Meu mais recente esforço de fé, não é do tipo intelectual. Eu, realmente não faço mais isso! Mais cedo ou mais tarde, você simplesmente descobre que, há algumas pessoas que não acreditam em Deus e podem provar que Ele não existe, e algumas outras que, acreditam em Deus e podem provar que Ele existe. E a esse ponto a discussão já deixou há muito de ser sobre Deus e, passou a ser sobre quem é mais inteligente; honestamente, não estou interessado nisso".

(por Donald Miller, autor de: "Fé em Deus e pé na tábua" e "Como os pinguins me ajudaram a entender Deus").

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O que significa o "Leão da tribo de Judá"?

Apocalipse 5:5: Então um dos anciãos me disse: "Não chore! Eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos””.
Judá foi um dos 12 filhos de Jacó. Emprestou também o nome para uma das 12 tribos de Israel que, recebeu seu território após os israelitas conquistarem a terra prometida.
Judá também, mais tarde, foi o nome dado a um dos dois reinos divididos de Israel (reino do sul), após a morte do rei Salomão.
Em Gênesis 49:9-10, Jacó pronuncia profecias a respeito de seus filhos e a posteridade deles. Sobre Judá, Jacó diz: Judá é um leão novo. Você vem subindo, filho meu, depois de matar a presa. Como um leão, ele se assenta; e deita-se como uma leoa; quem tem coragem de acordá-lo? O cetro não se apartará de Judá, nem o bastão de comando de seus descendentes, até que venha aquele a quem ele pertence, e a ele as nações obedecerão”.
O termo "Leão de Judá" é uma referência a Jesus o Messias (Yeshua Mashiach). Mas por que Jesus? Porque Ele é descendente de Judá! Observe a genealogia em Mateus 1:1-17. Lá, vemos que José, marido de Maria é descendente direto de Judá e, portanto, Jesus também.
Dessa forma fica claro que a pessoa citada em Apocalipse 5:5, o "Leão da tribo de Judá", é Jesus Cristo, a raiz (descendente) de Davi, Aquele que venceu!
Podemos dizer que o significado de “Leão” é bem mais abrangente e também é um símbolo de realeza, de força, de poder e de autoridade. Jesus Cristo tem todas essas características!